Contudo não era uma medula qualquer. Gero Hütter, embora não seja um especialista em doenças infecciosas, sabia da existência de uma mutação numa determinada célula (CCR5), que ao ser herdada dos dois progenitores tona essas pessoas imunes a quase todas a estirpes do VIH/Sida.
Assim e com base nesse saber, Hütter entre 80 amostras de medula possíveis escolhe a nº61, aquela que era portadora do gene mutante de pai e mãe para o CCR5.
Assim o paciente foi preparado, e privado de medicação para o tratamento do VIH, e foi feita a transfusão. Porque se tencionava retomar o tratamento retroviral assim que o vírus se voltasse a manifestar, o nosso paciente esteve constantemente monitorizado, mas na verdade passados 600 dias o vírus da imunodeficiência humana ainda não voltou.
Ao silêncio científico, uma voz levantou-se, o Nobel David Baltimore, disse que aquilo que os médicos alemães demonstraram com isto foi que é possível, mas que ainda estamos longe de uma cura. Baltimore esta a trabalhar no sentido de ser possível injectar a mutação CCR5 nas células dos pacientes infectados com o VIH, e assim torna-las imunes.
Contudo este estudo está ainda longe e não teve ainda resultados positivos. Baltimore diz mesmo que estamos longe de uma cura. O seu grande objectivo é encontrar um tratamento do VIH tão fácil de ministrar como uma vacina da gripe.