No passado várias foram as vezes que o IPS (Instituto Português do Sangue) apelou á comunidade que se movimentasse fazendo doações de sangue, porque os stocks de sangue nas unidades hospitalares se haviam esgotado ou estariam perto disso, como foi o caso mais uma vez no passado mês de Fevereiro. Este acto que mais não é que um acto voluntario de dádiva de vida. E por isso de generosidade para com o próximo.
A pergunta que é feita em algumas unidades onde essa colheita é realizada é: se, sendo homem, teve relações com outro homem. Em caso de resposta positiva, a pessoa em causa é banida de doar sangue para sempre. Note-se que, por exemplo, no caso de responder positivamente que se teve sexo pago com pessoa do sexo oposto a recusa a doar sangue é, tipicamente, apenas aplicada nos seis meses seguintes assim como em outras situações como ter feito tatuagens ou piercings, ou ter feito uma operação cirúrgica com dádiva de sangue.
Segundo activistas GLBT contactados pelo PortugalGay.pt, esta é uma matéria que não só discrimina com base na orientação sexual dos dadores, mas também se baseia em questões de género, uma vez que esta mesma questão não é colocada ás dadoras homossexuais. Adiantam ainda que é uma questão que já vem sendo trabalhada há muito tempo, mas até ao momento não teve qualquer evolução positiva, esperando por isso que agora seja de facto feito alguma coisa.
A observar o apoio dado pelo vice-presidente da bancada socialista, Ricardo Rodrigues, ao projecto do BE. Com o apoio destes dois partidos espera-se que esta discriminação deixe de existir em breve.