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Car Alegre

Diário de Notícias (Portugal) - 07-07-2009


Car Alegre


por Rui Reininho, Músico
URL: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=698286

Haja alegria, viúva ou não nesta terra cada vez mais plana, menos redonda mas mais celulósica. Ele há um Portugal gay, assim mesmo, assumidamente alegrete, como no antigo regime (qual?) havia uma revista de humor azedo que era o Cara Alegre em bom português um pouco macho e brejeiro, com umas piadolas irreverentes a descambar para a revista à portuguesa, como o cozido, a fugir à censura vigente.

Hoje em dia também é perigoso dizer piadas sobre os regimes, alimentares ou não; é prejudicial para a saúde, o ensino, o desgoverno.

Não se deve, pois, brincar sobre a desorientação sexual das pessoas mais ou menos conhecidas com o risco de se estar a mexer em tabus ou mesmo noutros perfumes já o facto de uma equipa de valentes guerreiros equipar de cor-de-rosa não deve ser motivo de chacota nem de qualquer insinuação de colagem ao partido da maioria parlamentar.

As rosas, como toda a gente sabe, não são hoje flores que se cheirem, nem pelas mãos desses simpáticos indianos que nos oferecem, salvo seja, um ramo quando jantamos mano a mano a dois, homens com homens ou mulheres com elas, como as ginjas.

Isto enquanto o país pára um pouco basbaque perante as maravilhas do mundo e arredores; por outro lado no velho e garbosamente decadente Sá da Bandeira, por entre os destroços que rebentaram novamente com a Baixa portuense, erguem-se barricadas de orgulho gay, essa estranha forma de amor que uns querem mais ou menos livre.

Haverá maior maravilha no mundo do que um Amor /Roma a que muitos chamam sexo desabrido e desenfreado nacional?

Haver, há de certeza, deve haver. Quem o encontrou, mesmo por breves orgásticos momentos que o cuide, que é a mais preciosa das jóias e é "forever" até que acabe, exausto. Ala arriba, arraial, rapazes e raparigas de Portugal!

E tudo ao molho e fé em deusas que o importante não é tanto a rosa mas onde, como e quando & quanto se devem enterrar os espinhos... e as granjas, agudas, madalenas, gaias, porto, S Bento.

Rui Reininho escreve no JN, semanalmente, aos sábados.

 
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